segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A história da mulher gorda

Chamei um amigo meu. Ele disse: já vou... e nunca que apareceu. Nesse intervalo, esperei muito. E me cansei. Daí, de outra sala, veio saindo um desconhecido. Pensei: se pego carona nessa pessoa, não preciso mais ficar só. Apenas queria que alguém me entretivesse. Era uma mulher gorda. Levava protótipos de papelão de um arte muito louca dela. Eram tantos, que saíam pela boca. Perguntei: Quer ajuda? Ela disse: Quero! Eu: Até onde vc vai? (Porque queria mesmo ir a algum lugar, com qualquer pessoa desse planeta). Ela: Até o estacionamento... mas não é preciso, daqui posso seguir sozinha, obrigada! Eu fiquei triste. Ela também me dispensara. Tudo bem que poderia ter insistido, mas não. Meu amigo... nem importava mais esperá-lo. Fui embora só. Chamei o elevador. Esse tava ocupado, pois levava a mulher gorda e suas tralhas. Ela foi descendo devagaaaar, e me arrependi de não ter me atrevido a acompanhá-la. Lá de cima, mirava a gorda e sua pirâmide papeloidal. Enquanto descia eu, por entre os vidros do ascensor vi a balofa escorregar, derramando toda a pilha no chão. Acho que nessa hora foi ela quem se arrependeu de ter me dispensado. Enfim. Saímos perdendo. Ambas.

domingo, 14 de novembro de 2010

Girl! You're lazy...

But I don't mind

As long as there's a bed beneath the stars that shine

I'll be fine

If you give me a minute

A man's got a limit

I can't get a life if my heart's not in it

Faltam poucos dias pras aulas acabarem, mas...

Sinceramente? Pra mim, já deu!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

My Friends

To ouvindo agora Red Hot, e lembrando do primeiro CD q ganhei, Californication. Quem me deu foi meu padrasto. Lembro tb q foi nesse ano q a gente se conheceu. Nesse ano eu saí do jazz. E nesse mesmo ano dei meu primeiro beijo. Eu gostava de sair da aula e ir comer espaguete com a Laila. Depois a gente ia dar uma volta no Shopping, atoa atoa. Voltavamos pra escola, fingindo gostar dos plantões de biologia, espanhol, matemática. Na verdade, íamos brincar de "caiu-no-poço", "verdade-ou-consequência", e passar a tarde toda respodendo o caderno de perguntas... Inventávamos qualquer trabalho em grupo, pra ir pra casa de alguém "estudar". Por fim, como já era tarde demais, ou eu ia dormir na casa da Laila, ou ela na minha. A gente vestia pijamas Looney Tunes, dividia a msm cama, e ficava lendo revistas Capricho até perder a hora. Tínhamos uma coleção de canetas coloridas, com cheiros, glitters, e que brilhavam no escuro. Tínhamos uma caixa de recadinhos, cartinhas, bilhetinhos e figurinhas que ganhávamos dos meninos da escola. Gastávamos todo o nosso rico dinheirinho comprando papéis de carta, clips, envelopes, adesivos... Às vezes a gente trocava o almoço por imensas taças de sorvete. A Laila gostava dos meninos mais velhos, e ficava passeando pelos corredores do ensino médio. Eu gostava dos meninos da minha idade, e sempre tentava sentar perto deles. A Laila era expulsa da sala quase todos dias. Eu tirava as melhores notas. Ela sempre era a primeira a ser escolhida na Educação Física. E eu, sempre a última. Apesar de tudo, só sabia me divertir com ela. Era um jeito muito simples de ser feliz.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sei que nada sei

Sabedoria de vida tem a ver com se conformar e, paradoxalmente,

com não se conformar com a realidade.

É saber que existe uma realidade que não pode ser mudada.

As coisas são como são, queira-se ou não. Logo, é melhor aceitá-las.

Sábio é quem, sabendo que existe realidade, põe-se a caminho para transformá-la.

Sabedoria de vida, portanto, é uma questão de coragem.

Coragem para aceitar o que não pode ser mudado e coragem para se rebelar,

comprometer-se e arregaçar as mangas para transformar o que pode ser transformado.

Precisamos ser conformados e revolucionários. Ao mesmo tempo.

(Israel Belo de Azevedo)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o jeito é...

...sentar na rua e esperar a chuva me lavar...